O processo de entrada da Albânia no círculo de influência da UE, prevendo a sua adesão a este bloco (que tem sido adiada) é, como noutros exemplos históricos, objecto de medidas - as chamadas reformas estruturais, “duráveis, profundas e irreversíveis” - que visam alterar as instituições e os mecanismos de governação dos países em causa, normativizados no pressuposto da superioridade civilizacional da UE. Não estamos a falar de cooperação e uma política de desenvolvimento integrada, mas de dominação - o processo mascarado pela evangelização democrática não visa mais do que o alargamento dos mercados para as empresas europeias, a facilitação da exploração de mão-de-obra barata e o controlo geoestratégico da região, no âmbito da afirmação militar e imperialista da UE.
O relatório foca-se na aplicação dessas reformas e nos avanços da Albânia na concretização de políticas que a aproximem dos padrões pretendidos. Algumas preocupações são importantes, como o respeito pelos direitos das mulheres, dos LGBT ou das minorias étnicas; outras revelam uma profunda ingerência nos mecanismos de soberania, correspondem ao aprofundar da externalização de fronteiras, do reforço da presença da UE e da NATO na região e à política de cerco e provocação à Rússia, China e Irão.