A Comissão lançou em 2020 a sua Estratégia de Cibersegurança. Este relatório, na sequência dessa estratégia, enquadra-se na discussão geral de aprofundamento da capacidade de defesa da UE, com o aumento das despesas militares, o reforço da NATO e acção conjunta com os EUA, e a concretização da União da Defesa.
Este é o sentido de uma UE mais militarizada, ingerencista e intervencionista, desenvolvendo as suas capacidades de inteligência artificial e digitais. A ciberdefesa surge como um mais instrumento para fazer face a supostos ataques dos inimigos de sempre (Rússia e China), mas tem como objectivo manifesto capacitar a EU nas suas ambições geopolíticas.
O cerco militar, diplomático e económico que a UE, os EUA e a NATO fazem aos países que contestam a sua hegemonia não tem comparação com qualquer tipo de reacção que esses países possam ensaiar. O desenvolvimento da ciberdefesa e da cibersegurança não está ligada aos objectivos de defesa, legítima, dos Estados-Membros, mas à capacidade de expansão da UE e dos seus parceiros.