Ao imputarmos a crise de 2007 a uma suposta falta de regulação, estamos a errar no diagnóstico. Estamos ao mesmo tempo a criar uma ilusão, dando a entender que o sistema financeiro pode ser disciplinado. Estamos a criar a ilusão de que é possível alinhar os interesses da banca e dos fundos de investimento com os interesses das populações e dos trabalhadores.
O mecanismo de supervisão único assim como o mecanismo de resolução único não funciona e não resolve os problemas do sistema financeiro tal como pudemos observar recentemente em Portugal, onde a informação foi sistematicamente ocultada e manipulada com o consentimento dos agentes supervisores.
O problema das grandes instituições financeiras, ditas demasiado grandes para falir, não se resolver com meros paliativos que apenas se destinam e procurar dar a ideia de que alguma coisa está a ser feita ficando tudo na mesma. O problema resolve-se com a separação bancária e com o controlo público do sistema financeiro e o tempo depressa se encarregará de nos dar razão.