Este é um relatório com muita hipocrisia e diversas inverdades. Exemplos não faltam. Desde a forma como esquece os curdos e os turcos vítimas de repressão ou as violações dos direitos fundamentais do povo do Sahara Ocidental, até à forma como se refere à Venezuela e a Cuba.
Destaco, de um modo especial, estes dois casos, tendo em conta a minha recente experiência pessoal nestes dois países.
Quanto à Venezuela, onde estive, por duas vezes, o ano passado, incluindo durante o referendo revogatório que o Presidente Chávez ganhou por esmagadora maioria, pude constatar que quem tinha dificuldade de acesso aos órgãos de comunicação social, designadamente às diversas televisões privadas existentes no País e controladas pela oposição, era o Governo Venezuelano. A própria delegação dos deputados do Parlamento Europeu foi vítima disso. Quem está a tentar toda a cooperação com os países limítrofes é exactamente o Governo da Venezuela, pelo que é inaceitável o ponto 84 deste relatório.
Relativamente a Cuba, onde também estive recentemente com uma delegação de deputados de três diferentes grupos políticos do Parlamento Europeu, é lamentável que o ponto 78 deste relatório não tenha uma palavra sobre o bloqueio americano a Cuba e insista no tratamento de excepção a este País, ignorando toda a situação que advém das permanentes medidas bloqueadoras dos EUA.