É importante este debate. Mas mais importante ainda são as medidas
urgentes e eficazes que urge tomar para pôr fim à grave violação dos
direitos humanos que é o tráfico de pessoas, designadamente mulheres e
crianças para fins de exploração sexual, trabalho forçado, autêntica
escravatura.
Não se pode continuar indiferente ao crescimento
deste flagelo no plano mundial que atinge 600 000 a 800 000 pessoas,
das quais 80% são mulheres e crianças, incluindo aqui, na União
Europeia, onde as vitimas serão mais de 100 000 por ano.
A esta
situação não são alheias as guerras, a instabilidade política nos
países de origem, o agravamento das desigualdades sociais e regionais,
a feminização da pobreza e do desemprego, a violência contra as
mulheres e crianças, exigindo novas abordagens e novas politicas
integradas.
Sabe-se que o tráfico para fins de exploração sexual
está directamente ligado à prostituição, pelo que é urgente um conjunto
de medidas integradas na defesa da dignidade das mulheres e crianças,
contra o tráfico de pessoas e o branqueamento de capitais, o que também
exige o fim dos paraísos fiscais e políticas económico-sociais
solidárias e empenhadas na coesão económica e social.