Serve a presente declaração de voto como veículo de reflexão sobre as negociações e os acordos sobre os orçamentos comunitários.
1. Sem dúvida que, até ao momento, as contradições falaram mais alto no Conselho Europeu. Preocupadas, as forças politicas e os grandes interesses económicos que estão na génese desta dita "construção" fazem ouvir os seus alertas para as consequências dos desacordos entre os denominados "grandes" da UE. Uma segunda crise, após o vigoroso NÃO dos povos francês e holandês à dita "constituição europeia", aprofundaria a não "credibilidade" do caminho que nos querem impor como único. Pelo que apelam à concertação das "agendas", não esquecendo na OMC.
2. Bem tenta o Parlamento Europeu escamotear as suas cumplicidades na sistemática redução do orçamento comunitário ao longo dos últimos anos (não espelhasse este os compromissos das forças de direita e da social-democracia presentes na Comissão, no Conselho e em cada um dos países da UE), mas os números (frios) aí estão: o PE, esquecendo as suas propostas anteriores e guardando a coerência no armário, propõe para 2006 praticamente o que a Presidência luxemburguesa propôs para 2007-2013. E testemunha a experiência feita que a história não terminará por aqui, pois este sempre glorificou hoje, o que considerou inaceitável ontem.