Naturalmente, acompanhamos as propostas formuladas no relatório no
sentido de introduzir e valorizar a dimensão da prevenção no âmbito
deste instrumento como factor fundamental de redução dos riscos de
catástrofe, ou de valorizar o papel internacional da ONU na gestão do
socorro e ajuda às populações, ou ainda de introduzir a protecção da
saúde pública e do património cultural, entre outros aspectos.
Mas o debate em torno da solidariedade entre os diversos países em caso
de catástrofe contribui igualmente para evidenciar (senão mesmo,
denunciar) a inaceitável voragem de recursos da corrida aos armamentos
e da militarização das relações internacionais protagonizada pelas
principais potências capitalistas, com os Estados Unidos como seu
principal promotor.
O que não seria possível realizar,
utilizando os colossais recursos financeiros da militarização e da
guerra, no âmbito da prevenção, do socorro e resposta imediata, assim
como da recuperação das regiões afectadas por catástrofes?
Quantas vidas, quanto sofrimento, quanta destruição de recursos
económicos, sociais, ambientais poderiam ser evitados se fosse
realizada uma política de desanuviamento das relações internacionais,
de resolução pacífica de conflitos, de desarmamento e de efectiva
cooperação mutuamente vantajosa entre os diferentes países e povos?