Votámos contra este relatório por que é um dos exemplos marcantes da ideologia neoliberal suportada pelo Parlamento Europeu. Entretanto, as propostas que apresentámos foram, no geral, rejeitadas. Por exemplo, não tiveram em conta que os anos decorridos após a criação da zona euro se distinguiram por um lento crescimento económico e do emprego, por um aumento das taxas de desemprego e por uma transferência dos ganhos de produtividade dos trabalhadores para os empregadores, bem como pela persistência de níveis elevados de desemprego, de pobreza, de exclusão social e de desigualdade na distribuição dos rendimentos na União Europeia.
Igualmente ignoraram que a Estratégia Europeia de Emprego,elaborada em Novembro de 1997 e incluída na Estratégia de Lisboa, tal como definida pelo Conselho Europeu de Março, de 2000, constituiu o principal instrumento de promoção da flexibilidade, da adaptabilidade e da mobilidade dos mercados do trabalho, dos ajustamentos salariais e das mudanças na composição salarial, bem como da abertura aos interesses privados de grande parte dos serviços de segurança social, incluindo as pensões e a saúde, o que teve um impacto negativo na qualidade e na segurança dos empregos criados, nos direitos dos trabalhadores e na distribuição dos rendimentos, bem como no nível geral de produtividade.