O presente regulamento fala de bem-estar animal, mas tem na génese diferentes interesses económicos e nacionais. O sector da carne movimenta muitos milhões de euros. A aparente desorientação da Comissão e as mudanças no acervo legislativos são disso sintomáticas. Os descarregamentos obrigatórios para repouso são agora causa de stress dos animais e são uma fonte de propagação de doenças animais (caso da febre aftosa). É necessário reduzir ao máximo possível o transporte de longo curso de animais, nomeadamente o transporte para abate. Não só por questões de natureza veterinária e de bem-estar animal, como por motivos de desenvolvimento económico. Não faz sentido exportar ou importar animais vivos para abate, quando se pode exportar a carne ou a carcaça, garantindo assim que muito do valor acrescentado poderia ficar nas regiões originárias, gerando postos de trabalho e garantindo uma melhor qualidade dos produtos. Esta política tem sido posta em causa quer pelo encerramento sistemático de matadouros locais e a sua centralização em grandes aglomerações, quer pela falta de apoios a matadouros móveis. Por isso, é necessário reduzir ao máximo o número de horas de transporte relativas ao abate e eliminar o transporte para o abate transfronteiras, bem como garantir um quadro harmonizado, com tempo máximo de viagem, para o transporte de animais vivos para outros fins. O presente relatório não nos satisfaz.