Muito haveria a escrever sobre as relações, nomeadamente comerciais, entre os diferentes países que estão na União Europeia e a China, país com cerca de 1,3 biliões de habitantes. Apesar de aspectos parcelares equilibrados que o relatório contempla - por exemplo, o estabelecimento de "relações comerciais num espírito de cooperação e de complementaridade, zelando simultaneamente por que ambas as partes possam preservar e desenvolver harmoniosamente as suas indústrias, a sua agricultura e os respectivos sectores de serviços, a fim de garantirem as melhores condições de vida possíveis para toda a sua população" -, este acaba por se caracterizar pela apologia do capitalismo, da concorrência capitalista e da liberalização das relações comerciais, nomeadamente no quadro da OMC. Daí as exigências de "abertura dos mercados", nomeadamente a liberalização dos "mercados financeiros", da reforma do "sistema económico" e do "abraço" à "economia de mercado" - ou seja, a implantação do capitalismo -, da "aceitação do sistema jurídico e económico" da União Europeia pela China. Daí a aceitação de toda a trapaça da União Europeia - com o acordo do Governo do PS - relativamente ao sector do têxtil e vestuário, ao sabor dos interesses dos grandes importadores e distribuidores. O que é inaceitável.