O relatório Laperrouze, bem como a proposta da Comissão, estabelecem as prioridades das redes transeuropeias de energia em função da criação de um mercado interno de energia mais aberto e concorrencial, que obedeça aos princípios da concorrência. É, como sabemos, a aplicação da dita estratégia de Lisboa que justificou as privatizações neste sector, e de que sempre discordámos.
Mesmo uma ou outra preocupação quanto à defesa dos consumidores e com a utilização de energias renováveis, está sempre subordinada ao objectivo central do mercado, ou seja, dos interesses dos grupos económicos e das multinacionais que operam neste sector, de que discordamos.
Claro que, entretanto, se fala de critérios de serviço universal e de obrigações de serviço público, mas apenas para sublinhar que a construção e manutenção de infra-estruturas no sector da energia, definidos pela Comissão, tendo em conta posições e projectos apresentados pelos Estados-Membros, deverão assegurar o funcionamento eficaz do mercado interno da energia, em observância dos procedimentos de consulta das populações visadas, tendo todavia em conta os critérios estratégicos e aqueles critérios e obrigações acima referidos, aditados pelo Parlamento Europeu. No entanto, mesmo assim, o envelope financeiro é muito baixo.