Do ponto vista agrícola, 2001 ficou marcado pela velocidade e alcance do surto de febre aftosa na UE, particularmente no Reino Unido. Recordamos as piras de incineração e abate de carcaças que, além das consequências ambientais, económicas e de saúde pública, causaram uma perturbação social de grande dimensão nos países afectados. Duas coisas ficam claras: a política sanitária não pode ser motivada por questões comerciais e uma estratégia de combate, que apenas preveja o abate sanitário, não tendo conta os novos progresso científicos, é inaceitável do ponto de vista ético.
Este surto, em conjugação com as restantes crises alimentares e sanitárias que têm varrido a UE (BSE, dioxinas, lamas de depuração, nitrofuranos, etc...), mostram o esgotamento do actual modelo de desenvolvimento agrícola e as consequências de uma PAC assente na exportação, na baixa de preços e na liberalização dos mercados. O transporte dos animais vivos, o fecho dos matadouros locais, a falta de controlo nas fronteiras e a não localização da produção são apenas alguns dos problemas.
Daí o nosso apoio global, realçando a nossa proposta orçamental visando criar um fundo de calamidades agrícolas, que o relator reconhece, em parte, quando aponta a criação de um fundo comunitário para as doenças animais.