Concordamos, na generalidade, com o relatório apresentado e sublinhamos a necessidade de alteração da política relativa à proibição universal da vacinação anti-aftosa, que está em vigor desde 1992, e que não prevê, sequer, a vacinação profilática em casos de ocorrência de surto de febre aftosa. Mas não podemos deixar de sublinhar a ligação dos surtos de doenças animais (BSE, febre aftosa, etc) e de outros riscos para a segurança alimentar (dioxinas, lamas de depuração, etc) com a concentração e intensificação da produção em consequência de um modelo agrícola que tem como base a exportação e a liberalização dos mercados agrícolas, e que, por isso, tem preferido o abate à vacinação.Recordamos a irracionalidade de se promover o transporte de animais vivos, com a centralização dos mercados e o encerramento dos matadouros locais, o que aumenta os riscos de propagação destes surtos, sobretudo num mercado interno sem fronteiras entre os Estados-membros, quando o que se devia era promover a localização produtiva, a criação de unidades de abate e centros veterinários locais, com mais meios descentralizados, os mercados locais e regionais, limitando ao máximo o transporte dos animais vivos, e um maior controlo, mesmo nas fronteiras internas de cada Estado-membro.Insistimos na necessidade de ser permitida a vacinação "em anel" e na retoma da investigação, que praticamente deixou de haver porque era proibida a vacinação. Igualmente deverão ser reforçados os serviços de vigilância, sobretudo nas zonas rurais mais isoladas, e evitados os abates/mortandades "às cegas".