O nosso voto contra é coerente com a posição que temos tomado em relação aos partidos políticos europeus. Sendo verdade que existe um fosso enorme entre os cidadãos e as instituições europeias, a solução não passa por criar mais partidos europeus ou aumentar o financiamento dos existentes. Cada partido nacional deve continuar a ter todas as possibilidades de se organizar de modo autónomo, incluindo quanto à sua participação no plano da União e do respectivo Parlamento Europeu.
O que se impõe para motivar os cidadãos por uma maior participação política também no plano comunitário, é uma profunda mudança das políticas neoliberais, o fim do Pacto de Estabilidade, a retirada da chamada directiva Bolkestein, a substituição da Estratégia de Lisboa por uma verdadeira estratégia de solidariedade, desenvolvimento sustentável e coesão social. O que é necessário é mais emprego de qualidade e com direitos, melhores serviços públicos, mais investimento gerador de emprego e de maior inclusão social, acompanhado de uma mais justa repartição da riqueza produzida.