O FMI é uma das instituições de Bretton Woods que, a par do Banco Mundial e do GATT/OMC, ajudaram a sedimentar as desigualdades de desenvolvimento entre o centro e a periferia capitalista, não só facilitando e promovendo a liberalização do comércio de bens e serviços, como promovendo a ideologia liberal vigente, nomeadamente com recomendações sobre a redução do papel do estado, as privatizações, a flexibilização laboral, entre outras, que hoje podemos encontrar na chamada Estratégia de Lisboa.

Através dos planos de ajustamento estrutural tentam o que consideram ser a adaptação das economias dos países do sul à chamada economia de mercado e concorrência, com abertura ao investimento estrangeiro e abrindo as portas a modelos de especialização económica que favorecem o centro. As desastrosas consequências económicas e sociais destes planos são conhecidas. Mesmo a famosa estabilização que afirmam visar, não só não acontece, como hoje o sistema monetário internacional está mais instável e aumenta a ocorrência de crises financeiras.

Necessitamos de outro sistema monetário, com base na ONU, baseado nas vantagens mútuas e na promoção do desenvolvimento. A reforma do FMI, mesmo que baseada numa maior participação dos países em desenvolvimento, o que não é o caso, não muda a sua natureza. Daí o nosso voto.