Como temos vindo a realçar, são evidentes os objectivos económicos/políticos inerentes ao actual alargamento, mais uma vez expressos na resolução agora votada.
A resolução branqueia a aplicação da política neoliberal como critério e pano de fundo da adesão à UE, embora refira a idolatrada "economia de mercado em funcionamento", ou seja, o capitalismo e o domínio e a exploração por parte de grandes grupos financeiros e económicos de uma parcela, cada vez mais significativa, da economia deste país. Como refere o "investimento directo estrangeiro", que para gáudio de alguns, atinge "níveis recorde", significando um cada vez maior domínio da economia búlgara por parte dos grandes grupos financeiros estrangeiros.
Os "aplausos" aos esforços realizados pela Bulgária são contraditórios com os objectivos que se apregoam para a UE. A coesão económica e social não se constrói na base da competição e da deslocação de capitais em função do objectivo da exploração mais desenfreada. Estes, ao mesmo tempo que deixam para trás o rasto do desemprego e da pobreza - de que são exemplo as deslocalizações de empresas de Portugal -, não criam verdadeira riqueza no país para onde se deslocalizam. A própria resolução refere que muitas pessoas não sentem qualquer melhoria na sua situação económica e que a emigração continua.