Lamentamos que não tenha sido aprovada a nossa proposta de rejeição da directiva Bolkestein, núcleo central da dita estratégia de Lisboa e trave mestra do neoliberalismo na área dos serviços visando servir os interesses dos grupos económicos e financeiros da União Europeia, como bem o demonstram as posições das suas organizações representativas, designadamente a UNICE.
É certo que as lutas dos trabalhadores e das populações obrigaram a algumas cedências e retoques, que, quando positivos, tiveram o nosso apoio, mas o lamentável acordo do PSE com o PPE, frustrou as expectativas de todos quantos esperavam que o Parlamento Europeu pudesse rejeitar uma proposta tão gravosa para os trabalhadores e as populações dos diversos Estados-Membros.
Assim, votámos contra a proposta global e muitos dos seus aspectos parcelares por considerarmos negativo, designadamente:
- a liberalização da generalidade dos serviços, incluindo em áreas sensíveis de sectores e serviços públicos, como: negócios da água, habitação social, serviços de energia, serviços postais, investigação, educação e formação, serviços culturais e serviços de segurança, onde rejeitaram as propostas que fizemos visando a sua retirada do âmbito da directiva;
- a fragilidade em que fica colocada a contratação de trabalhadores, designadamente de trabalhadores autónomos;
- o agravamento das dificuldades na defesa dos direitos dos consumidores, dos utentes de serviços públicos e do ambiente.