Este relatório silencia a ignóbil agressão dos EUA e seus aliados ao Iraque, os mais de cem mil mortos, a destruição, os assassínios, a opressão e a tortura que as tropas invasoras infligem.
Um relatório que quer fazer esquecer o "passado" (que afinal é o presente brutal). Que apela a uma dita "gestão de conflitos", ou seja, a guerra de agressão, "mais multilateral". Que equipara a legitima resistência do povo iraquiano ao "terrorismo". Que escamoteia a tortura perpetrada pelos EUA, designando-a de "violação de direitos". Que, hipocritamente, pede aos vizinhos do Iraque para não se ingerirem nos assuntos deste país, sem uma palavra de condenação da agressão e ocupação pelos EUA. Que ambiciona a partilhar esta mesma ocupação e saque com os EUA, sob o "chapéu" da ONU. Que num inaceitável acto de ingerência advoga a implantação do capitalismo, dos seus instrumentos e políticas.
Ou seja, para as forças dominantes do PE, há que ultrapassar desentendimentos pontuais entre a UE e os EUA, demonstrando que a tendência é para o compromisso, em nome dos interesses do grande capital, e para o recuo diante das pretensões hegemónicas dos EUA, subalternizando e manipulando a ONU e reservando-lhe um papel assistencialista.
Daí o nosso voto contra!