As transformações demográficas existentes na União Europeia são, de um modo geral, um ganho civilizacional, e não um problema. É graças à melhoria das condições de vida e dos cuidados de saúde que há uma maior esperança de vida, o que, naturalmente, cria novos desafios que se devem ter em conta.
Ora, alguns desses desafios, e que não são devidamente aprofundados pela Comissão no Livro Verde, são a importância da saúde sexual e reprodutiva, a inclusão da perspectiva do género em todas as análises e políticas, visando a promoção da dignidade da mulher em todas as áreas, a melhoria das condições de vida da população e a maior inclusão e coesão económica e social.
Por isso, nas propostas que o nosso Grupo apresenta, salienta-se a necessidade da estabilidade do emprego, da segurança no local de trabalho e da diminuição do horário laboral para permitir uma maior integração simultaneamente dos trabalhadores jovens e de mais idade em trabalho devidamente remunerado, ganhando tempo para os trabalhadores darem maior atenção à família, mais apoio às crianças e à sua própria formação ao longo da vida.
O que é verdadeiramente importante para a gestão das transformações demográficas é, pois, o emprego com direitos, uma distribuição mais igualitária dos rendimentos, uma forte segurança social pública baseada na solidariedade entre gerações, serviços públicos de qualidade, designadamente em áreas como a saúde, a educação, a habitação e a protecção social.
Ou seja, o que propomos é o contrário do caminho que está a ser seguido de prioridade à concorrência e ao liberalismo, ao trabalho cada vez mais precário e mal pago, ao desemprego, à privatização de serviços públicos e ao atropelo aos direitos laborais. Por isso, impõe-se uma clara mudança destas políticas.