Este relatório é o corolário do amplo consenso entre as forças políticas de direita e social democratas quanto ao desenvolvimento da Política Externa e de Segurança Comum e à militarização da União Europeia.
Entre os muitos aspectos que justificam a nossa clara rejeição do relatório, destaco, aliás, sem surpresa, que:
- "acolhe favoravelmente" a "estratégia europeia de segurança", apresentada no Conselho Europeu de Salónica, que advoga abertamente o intervencionismo militarista, aliás em consonância com o novo conceito estratégico da NATO;
- aponta a militarização da UE no quadro das denominadas "relações transatlânticas", visando a criação de uma "parceria" entre a UE e os EUA para o domínio e partilha do mundo;
- "regozija-se" com "o reforço das capacidades militares" consagrado como objectivo da denominada "constituição europeia" e com a criação da agência europeia de armamento, como elemento central do processo de militarização da UE.
Procura também limitar a soberania de cada Estado membro na sua política externa, aludindo a uma pretensa "obrigação constitucional", de cada Estado se abster de assumir uma posição nacional antes de ter existido a oportunidade de se definir uma posição europeia.
De resto, o relatório aproxima-se das posições dos EUA em relação à generalidade das questões que caracterizam a actual situação internacional.