Declaração de voto de Inês Zuber no Parlamento Europeu

Relatório Anual sobre os direitos humanos e a democracia no mundo e a política da UE

A diferença entre este relatório e aquele que foi feito há um ano atrás está na dose de hipocrisia e ingerência que, com o agravamento da crise na e da UE, se tornou ainda maior, mais evidente e com novos contornos e agressividade.
São gritantes as contradições entre o discurso da maioria do PE e da UE de aparente preocupação com os direitos humanos e o seu carácter instrumental na concretização de uma política crescentemente neocolonial, com vista à exploração do trabalho e ao domínio de mercados e recursos naturais. Que o digam os povos da Líbia, da Síria, do Iraque e do Afeganistão, que vêem os seus países destruídos e as suas condições de vida cada vez mais degradadas a partir de agressões militares que hipocritamente invocam a democracia, a "responsabilidade de proteger" e a "defesa dos direitos humanos". Que o digam os trabalhadores e o povo português que sentem na pele a violência brutal da política que lhe está a ser imposta, sendo-lhes negado o seu direito ao trabalho, à educação, à saúde e à habitação.
Os instrumentos referidos no relatório não são novos, visa-se dotá-los de maior articulação e eficácia na negação do direito dos povos à sua autodeterminação. Visa-se impor regimes colaboracionistas com os interesses da UE.

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