Uma das questões fundamentais que esta proposta coloca prende-se com o respeito pela plena integridade da República de Chipre. Solicita, cinicamente, ao Parlamento Europeu que o Conselho Europeu tome uma decisão "imparcial". Imparcial face a quem? Cabe-nos perguntar. Será alguma vez possível exigir imparcialidade entre ocupado e ocupante? Entre agressor e vítima? Solicita o Parlamento Europeu uma decisão "justa". Afirmamos nós que não há resolução verdadeiramente justa que não passe pela condenação da ocupação do Norte de Chipre por parte da Turquia, da exigência da retirada das suas tropas e do cumprimento das resoluções da ONU. Pelo que, qualquer solução que venha a ser formulada tendo em vista o "desenvolvimento económico da comunidade cipriota-turca" deverá, impreterivelmente, respeitar a República de Chipre, a sua integridade territorial, a sua soberania. Não será aceitável que a União Europeia venha a desenvolver relações comerciais directas com a parte ocupada de Chipre em detrimento e ultrapassando o Governo Cipriota. Como têm colocado as autoridades cipriotas, e com toda a justiça e legitimidade, o comércio da União Europeia com a parte ocupada de Chipre deverá obrigatoriamente incluir de forma efectiva o Governo Cipriota. Daí o nosso voto.