Este relatório tem diversas contradições. Embora, por um lado, haja aspectos que nos merecem todo o apoio, designadamente quando defende os direitos de autor, afirmando, mesmo, que o "incentivo da criação e o fomento das indústrias culturais não se faz contra os criadores", por outro lado, mete-se no campo das patentes e da ACTA (Acordo de comércio anti-contrafacção), sem ter em conta as especificidades de diversos sectores. Daí o nosso voto de abstenção no final.
Desta forma, queremos dar um sinal de reconhecimento da existência de problemas com os direitos de autor e da necessidade da sua defesa nas diversas áreas, incluindo na internet.
Sabemos que é necessário combater a contra-facção e a pirataria, mas é preciso ter em conta a diversidade de sectores e não querer confundir direitos de autor com patentes, designadamente nas questões do software ou dos medicamentos.
Sublinhamos o apelo à Comissão Europeia para que procure um equilíbrio entre os diferentes interesses em jogo, embora não tenhamos a certeza de que isso vai ser conseguido. Mas continuaremos atentos ao evoluir da situação, designadamente na defesa de interesses de autores e indústrias culturais de países como Portugal, não esquecendo também outros interesses como os das populações e povos carenciados.