Entre outros aspectos, este relatório encerra uma verdadeira falácia.
Reconhece que a questão da "pobreza permanece por resolver e tende a
agudizar-se na Coreia, país que, de acordo com as estatísticas da OCDE,
está classificado entre os três países membros desta organização, não
só com o maior fosso de rendimentos, mas também aquele onde se regista
uma tendência mais acentuada para o aprofundamento desse fosso" (e,
acrescentamos nós, que não é caso único, pois também na UE o fosso
entre pobres e ricos tem aumentado, nomeadamente em Portugal, onde a
diferença entre os mais ricos e os mais pobres não cessa de se
acentuar, sendo apontado que cerca de dois milhões de portugueses vivem
no limiar da pobreza).
No entanto, o relatório insiste na aprovação de um acordo de "comércio
livre" entre a UE e a Coreia e na liberalização do comércio, quando se
sabe que essas políticas favoreceram e favorecerão a concentração da
riqueza nos grandes grupos económicos e financeiros, tanto na UE como
na Coreia. Acordo que servirá para pressionar ainda mais os
trabalhadores a aceitar baixos salários e a perda de direitos e
conquistas sociais, em nome da "competitividade" e do aumento dos
lucros fabulosos de alguns poucos.
Entretanto sobre a indústria naval nem uma palavra...