Na votação deste e de outros relatórios incluídos no chamado "pacote de supervisão financeira" tivemos em conta a forma como o Conselho, a Comissão e o próprio Parlamento Europeu atrasaram as medidas nesta área e se limitaram a decisões que não alteram a questão de fundo da especulação financeira, incluindo com a dívida soberana.
Assim, o nosso voto contra é sobretudo um protesto por não virem aqui, antes de mais, propostas sobre o fim dos paraísos fiscais, a taxação dos movimentos de capitais, o fim do mercado de derivados.
Isto significa que os principais mecanismos de especulação financeira se mantêm no mercado e que as medidas agora tomadas visam mais facilitar o controlo por parte das grandes potências e dos seus grupos financeiros sobre os Estados-Membros de economias mais frágeis, do que encarar de frente o problema da especulação financeira e pôr-lhe cobro.
A aplicação destas medidas pode, numa primeira fase, ter algum impacto positivo, mas o seu alcance é demasiado limitado e, se não forem adoptadas as medidas de fundo, o tempo demonstrará que a especulação vai continuar.