Este relatório faz parte do pacote dos seis diplomas legislativos da governança económica e revela as contradições que se vivem na União Europeia.
A verdade é que não basta identificar desequilíbrios macroeconómicos nos Estados-Membros se não houver políticas comunitárias alternativas de solidariedade e de coesão económica e social para colmatar os tais desequilíbrios.
Por isso, não basta fazer declarações de boas intenções sobre defesa do emprego e dos direitos laborais e sociais se, depois, em vez de pôr fim ao Pacto de Estabilidade e ao Pacto para o euro, substituindo-os por um verdadeiro Pacto de Progresso e Desenvolvimento Social, preferem alargar exigências e reforçar sanções contra países e povos vítimas das políticas neoliberais.
Enquanto os responsáveis europeus não reconhecerem que as suas políticas são a causa fundamental das crises que persistem, vamos assistir a uma degradação da situação económica, social e política, a qual, inevitavelmente, há-de provocar mais tensões sociais e novos conflitos de consequências imprevisíveis. O que acontecerá enquanto não reconhecerem que a criação da moeda única, à imagem do marco alemão, assentou em pressupostos errados, que apenas serviram interesses de grupos económicos e financeiros fortes. E que essa é a causa fundamental do agravamento das crises nas economias mais frágeis.
Daí o nosso voto contra este relatório.