Mais uma vez, a maioria do parlamento tenta interferir nos assuntos internos de um país, tomando partido abertamente pelas forças que na Moldávia dão guarida aos interesses dos grupos económicos da UE, atentando contra a independência e a soberania deste país e a vontade expressa pelo seu povo. A afronta começa logo quando assinala que "vê com agrado os progressos realizados no ano passado pela República da Moldávia", pedindo às suas autoridades que "levem a cabo as reformas necessárias e cumpram os compromissos assumidos" para manter o país no rumo de uma integração europeia". O que não é dito é que o poder na Moldávia resulta de uma coligação formada na sequência de um autêntico golpe constitucional, que se serviu de um conjunto de manobras provocatórias e desestabilizadoras, para apear do poder o Partido Comunista, que vencera as eleições. E que essa mesma coligação, uma vez no poder, iniciou uma inquietante escalada anti-comunista e anti-democrática, numa clara manobra para desacreditar o Partido Comunista. A posição da maioria do PE coloca em evidência o seu carácter profundamente anticomunista e a sua hipocrisia quando refere a defesa da democracia, do estado de direito e dos direitos humanos.