Apesar de conter diversos pontos que consideramos positivos, como, por
exemplo, a necessidade de uma "maior coordenação entre as actividades
da OMC e as da OIT, do PNUA, do PNUD, da OMS e do CNUCED", o relatório
pretende colocar alguns "panos quentes" sobre a liberalização do
comércio internacional, que em nenhum ponto critica.
As "palavras redondas" utilizadas, apenas servem para atenuar críticas
e mascarar as responsabilidades daqueles que, como a
"social-democracia", pretendem uma "saída" para a crise com que o
sistema capitalista se confronta.
Ainda que de forma mitigada, a liberalização do comércio mundial é
reafirmada, sendo as suas consequências completamente escamoteadas.
Liberalização do comércio internacional que tem promovido a "abertura"
de mercados entre países com enormes disparidades nos níveis de
desenvolvimento económico, para gáudio e ganho dos grandes grupos
económico-financeiros, nomeadamente da UE.
Um relatório que insiste na mistificação de que é pela liberalização do
comércio, como elemento da ofensiva da globalização capitalista
neoliberal, que se assegurará o desenvolvimento económico e o progresso
dos povos.
Nada mais falso, o que se verificou e verifica é o crescimento das
desigualdades a nível mundial, tendência que se acentuará se
prosseguirem as actuais políticas neoliberais. A escalada dos preços
dos produtos alimentares aí está a demonstrá-lo.
Daí o voto contra.