Relatório Katerina Batzeli sobre reforma da OCM vitivinícola
Como a intervenção da Senhora Comissária confirmou, a principal linha
de intervenção da reforma que pretende realizar relativamente à
organização comum de mercado do vinho é utilizar o arranque da vinha
como meio para equilibrar o mercado do sector vitivinícola.
Isto significa que as regiões menos desenvolvidas serão particularmente
atingidas, com destaque para as explorações familiares e os
agricultores com baixos rendimentos, o que terá efeitos desastrosos na
área social e ambiental e aumentará a desertificação de zonas do
interior, levando ao seu abandono.
Sabendo-se que estamos a falar de vastas zonas de países do sul, como
Portugal, as consequências poderão ser desastrosas, com o aumento da
tragédia dos incêndios florestais no verão.
Por isso, insistimos na defesa da cultura da vinha e do vinho, que faz
parte integrante da civilização europeia e, em particular, do
Mediterrâneo. Queremos que os nossos agricultores continuem a produzir
vinho cada vez melhor e a manter a destilação de álcool de boca.
Rejeitamos que se desprezem as características enológicas da produção
do vinho a partir da uva, para o substituir por um vinho industrial,
resultado da importação de mostos de países terceiros.
Senhora Comissária, os nossos vinhos, de boa qualidade, têm de ser defendidos e promovidos.