Estamos aqui a debater a pobreza de quem trabalha, num preocupante quadro social marcado pela existência de milhões de trabalhadores e suas famílias em risco de pobreza.
Este quadro foi agudizado pelos efeitos do combate ao surto de COVID-19, mas já antes era altamente preocupante e carecia de resposta. Relembramos que, em 2017, três anos antes da COVID-19, 20,5 milhões de trabalhadores e agregados familiares viviam em risco de pobreza, na UE28, trabalhadores cujo salário não era suficiente para os tirar da situação de pobreza!
A UE e as suas políticas neoliberais têm responsabilidades no agravamento da pobreza e da exclusão social e convém não esquecer isso. Na actual conjuntura, em que milhares de trabalhadores perderam o emprego, outros tantos milhares estão em layoff, milhares de trabalhadores independentes e micro e pequenos empresários se viram forçados a cessar a sua actividade, estima-se que a pobreza de quem trabalha tenha ganhado dimensões deveras preocupantes.
É urgente responder a este flagelo. Para isso é essencial valorizar salários e pensões, erradicar a precariedade, promover o emprego com direitos, combater a desregulação dos horários e melhorar as condições de acesso à protecção no desemprego. Ao mesmo tempo, urge investir nas funções sociais do Estado, na segurança social, na saúde e no educação.