A redução da pobreza e a criação de emprego nos países em desenvolvimento exige uma política de cooperação e de ajuda ao desenvolvimento, por parte da UE e dos seus Estados-membros, norteada por uma genuína solidariedade e que contribua para a afirmação de um desenvolvimento autónomo e soberano destes países.
O previsível falhanço na consecução dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio no prazo previsto, vem reforçar esta exigência e tornar mais premente a correcção de insuficiências e incoerências.
Sem sistemas de educação e de saúde de qualidade, universais e gratuitos, sem prioridade ao desenvolvimento do sector agrícola e à soberania e segurança alimentares, não haverá redução da pobreza.
Sem uma diversificação da economia, sem o apoio à produção local, sem relações comerciais justas e equitativas – incompatíveis com a imposição do comércio livre e desregulado – não haverá criação de emprego com direitos, sustentada e duradoura.
Por fim, é lamentável que se continuem a ignorar os constrangimentos impostos aos países menos desenvolvidos pela dívida externa e pelo serviço da dívida. O seu cancelamento, como por diversas vezes já afirmámos, é uma questão de elementar justiça.