Intervenção de Paula Santos na Assembleia de República, Debates europeus com o Governo

A recusa da UE em reconhecer o Estado da Palestina é cumplicidade com a barbárie Israelita

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A verdade é que as prioridades definidas pela Presidência Húngara por um lado ignoram as crescentes desigualdades e dificuldades sentidas pelos povos, por outro prosseguem um caminho de aprofundamento do federalismo, do neoliberalismo e particularmente do militarismo da União Europeia.

A degradação das condições de vida, a pobreza, a precariedade, as elevadas taxas de juro e o seu impacto nas prestações à banca, incomportáveis para milhares de família, mais uma vez ficam de fora. Mas os interesses do capital, das multinacionais e dos grupos económicos, continuam a ser salvaguardados.

Ao invés do reforço dos direitos dos trabalhadores, colocando a inovação tecnológica e científica ao serviço dos trabalhadores e na melhoria das condições de trabalho, assume nas prioridades uma estratégia de ataque aos direitos dos trabalhadores, para em nome da competitividade da União Europeia, aumentar a exploração e a instabilidade de quem trabalha.

Vemos nas prioridades a conceção da “Europa Fortaleza”, que deixa às suas portas milhares e milhares de imigrantes abandonados à sua sorte, à morte, que fogem da guerra, que procuram melhores condições de vida e que partem de territórios cujas riquezas são espoliadas pelo capital com a total conivência da União Europeia e dos Estados Unidos da América. Cai a máscara da União Europeia que afirma valores da solidariedade e dos direitos, mas na verdade o que pratica é a desumanidade, o desrespeito pelos direitos, deixando os imigrantes vulneráveis, à mercê da exploração e do tráfico de seres humanos.

A corrida ao armamento, a militarização e a guerra é uma das prioridades, quando o que se impõe não é a instigação da confrontação e dos conflitos como alimenta a União Europeia. O que se impõe é uma firme e determinada intervenção e ação para o desanuviamento dos conflitos, para uma solução de paz e segurança coletiva na Europa e no Mundo. Desviam-se recursos financeiros, nomeadamente da coesão, para a indústria do armamento, para a guerra que causará a morte a destruição.

Agrava-se a situação no médio oriente. Mais de 40 mil mortos, na maior parte mulheres e crianças, 100 mil feriados, mais de um milhão e 700 mil pessoas obrigadas a sair das suas casas. Esta é o resultado da brutal agressão de Israel contra o povo palestiniano. Agressão que se estende ao povo libanês.

A União Europeia mantém o Acordo de Associação Israel-UE e recusa reconhecer o estado da palestina, revelando a sua cumplicidade com o genocídio e a barbárie em curso por Israel contra o povo palestiniano.

Cessar-fogo imediato, entrada de apoio humanitário, reconhecimento do Estado da Palestina, regresso dos refugiados é o que deve ser prioritário.

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