Em Portugal, a Associação Nacional de Produtores de Beterraba (Anprobe) veio recentemente afirmar que o país tem excelentes condições para voltar a produzir açúcar de beterraba, defendendo que essa possibilidade seja contemplada na nova reforma da Política Agrícola Comum.
Segundo a Associação, Portugal apresenta vantagens em relação à Europa Central, antes de mais porque o clima permite duas produções (na Primavera e no Outono).
Antes da última reforma do sector do açucar, os produtores nacionais de beterraba sacarina já obtinham o maior rendimento por hectare da Europa. A Anprobe refere ainda que uma produção de 100 mil toneladas de beterraba cobriria 20 por cento do consumo de açúcar anual. Ao mesmo tempo forneceria matéria-prima à fábrica DAI, refinadora de açucar, de Coruche, que actualmente é forçada a laborar com cana-de-açúcar importada, estando portanto sujeita aos contrangimentos do mercado internacional desta matéria-prima, ao nível de disponibilidade e preços, cujos efeitos têm sido bem visíveis durante as últimas campanhas. Ademais, a produção de açucar de beterraba em Portugal constituiria um contributo para inverter a dependência do país, reduzir os desequilíbrios da balança comercial, o défice exerno e, por essa via, superar as dificuldades com que o país actualmente se debate.
Em face do exposto, pergunto à Comissão Europeia:
1. Como será a possibilidade de recuperação da produção nacional de açucar de beterraba considerada na futura PAC?
2. Que apoios comunitários podem ser canalizados para estimular a produção nacional de beterraba sacarina?
3. Dispõe a Comissão Europeia de alguma avaliação sobre qual o impacto da última reforma do sector do açucar nos diferentes Estados-membros e, particularmente, em Portugal?
4. Que alterações pondera introduzir na estratégia europeia de produção de beterraba sacarina?
5. Depois da última reforma, que países europeus dispõem de quotas de produção de beterraba sacarina? Quais os volumes de produção associados? Quais os volumes de cana-de-açucar importada?