Após meses sobre a criminosa agressão do exército israelita à faixa de Gaza, durante o verão de 2014, nenhuma das 19000 casas destruídas foi objecto de qualquer intervenção. As doações realizadas estão ainda muito aquém do acordado, correspondendo neste momento a cerca de um quarto dos 3,5 mil milhões de euros acordados há cerca de seis meses pela conferência de doadores, reunida no Egipto. Desta forma, aproximadamente cem mil pessoas passaram o inverno sem tecto, abrigando-se em condições extremamente precárias.
Parte do problema tem também a ver com o condicionamento imposto pelas autoridades israelitas ao nível do acesso à faixa de Gaza. Com efeito, a entrada de cimento está fortemente limitada sob o pretexto do mesmo poder ser desviado para actividade militares, designadamente com a construção de túneis. De acordo com a ONU, apenas dez porcento das cinco toneladas de material pedido obteve a necessária autorização para entrar na faixa de Gaza. A agravar a situação, a fronteira de Rafah apenas esteve aberta cinco dias durante o presente ano.
Pergunto à alta Comissária que avaliação faz desta situação é como pensa intervir junto das autoridades israelitas para facilitar a reconstrução da faixa de Gaza.