É evidente que as reestruturações são necessárias. São necessárias no sentido de aumentar a produtividade, de promover a inovação tecnológica, tendo como pressuposto a manutenção dos postos de trabalho. Hoje, por toda a Europa, os inúmeros processos de reestruturação que já aqui foram mencionados têm somente um objectivo: o despedimento. E esses despedimentos têm, sobretudo, duas causas – a busca do lucro e de acumulação do capital por parte dos empresários ou a falta de liquidez das empresas que se deve às políticas recessivas promovidas pela UE e pelos governos nacionais, que provocam a retracção do consumo. Os despedimentos não são inevitáveis – são antes o resultado de políticas concretas aprovadas e levadas a cabo por responsáveis políticos concretos e que neste Parlamento se traduzem na sua maioria. Assumir que as reestruturações são aceitáveis no quadro do conceito abstracto de “mudança económica” é assumir que não existe alternativa e que os despedimentos são inevitáveis, ainda que, como diz o relatório, com impactos minimizados. Existem alternativas e hoje, mais do que nunca, os trabalhadores estão conscientes da alternativa.