Intervenção de Paula Santos na Assembleia de República, Reunião Plenária

A realidade dos trabalhadores é a incerteza de não saber até quando conseguem pôr a comida na mesa

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Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados,

Sr. Ministro,

 

A realidade é marcada pelas crescentes dificuldades da vida dos trabalhadores, dos reformados, os salários e as pensões não dão até ao fim do mês, os preços de bens essenciais não param de aumentar, pela incerteza de não saberem até quando conseguirão pôr comida na mesa a todas as refeições, até quando conseguirão comprar os medicamentos ou até quando conseguirão pagar a casa, quando as taxas de juro aumentaram pela sétima vez consecutiva.

O agravamento das desigualdades e das injustiças contrasta com o aumento dos lucros dos grupos económicos em particular, na banca, nas energéticas, na distribuição.

As Grandes Opções que o Governo traz a discussão não dão a resposta necessária para resolver os problemas existentes.

O Governo opta por continuar a impor a perda de poder de compra, ao invés de valorizar salários e pensões que permitam viver com dignidade;

Opta por não travar o aumento de preços de bens e serviços essenciais, ao invés de assumir o controlo e a redução de preços;

Opta pela desvalorização do trabalho e pela manutenção das normas gravosas da legislação laboral, ao invés da valorização das carreiras e das profissões;

Opta por não dar resposta aos professores, aos profissionais de saúde, aos oficiais de justiça, ao invés de reforçar o Serviço Nacional de Saúde, a Escola Pública, a justiça ou a cultura,

Opta pelo favorecimento dos grupos económicos, ao invés de apostar no investimento público, na promoção da produção nacional, num forte setor empresarial do Estado na esfera pública, no apoio aos setores produtivos e no apoio às PME.

Face à gravidade da situação, o Governo vai continuar a recusar as soluções estruturais?

Ao recusar fazer o que é preciso, é responsável pelo empobrecimento, pela degradação dos serviços públicos, por um País mais dependente.

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