&quot;Wally&quot;<br />Ruben de Carvalho no &quot;Diário de Notícias&quot;

Pode haver três tipos de referências.

A primeira é o papagaio. Conforme se sabe, a sábia natureza dotou o pássaro da exuberância cromática das suas penas, não para proporcionar pirotécnicos efeitos sobre a alvura das paredes de urbanas varandas; muito pelo contrário, ela garante uma inconveniente invisibilidade quando o bicho se encontra no seu igualmente policromático habitat tropical.

Outra abordagem provém do conto em que Conan Doyle proporciona um brilharete a Sherlock, quando este descobre uma desaparecida e sensível carta «escondida» no óbvio local onde se guardavam as cartas...

O terceiro acesso é mais recente. É sugerido por Wally, há alguns anos procurado pelo simples facto de se confundir no meio de multidões com ele muito idênticas.

Com o dr. Paulo Portas está - com grande conveniência para ele, registe-se - a acontecer qualquer coisa entre o policromatismo silvestre e a pulverização colectiva. Pois se temos um autarca e ministro com contas secretas na Suiça, uma autarca aeronauticamente no Brasil, um deputado tranquilamente sentado em São Bento, é assim tão estranho termos um ministro de Estado que abichou umas massas da Moderna?