As transformações sociais e políticas resultam do empenhamento colectivo na sua concretização, são tanto mais profundas quanto maior e mais vasto é esse empenhamento. Mas têm também protagonistas individuais.
Toda a transformação do nosso país após o derrubamento do fascismo assim se fez: o povo mais o trabalho de milhares de homens e mulheres que o souberam ligar ao pulsar transformador.
Este trabalho individual foi em muitas circunstâncias determinante: tratou-se de fazer o que não estava feito. Inventar a forma de o fazer - e fazê-lo.
Criar métodos de trabalho, desenhar orgânicas, conceber soluções institucionais, imaginar critérios de gestão.
Estudar situações, contrariar vícios, definir prioridades, repensar meios.
E, simultaneamente, manter no quotidiano a chama do empenho colectivo, o pulsar da vontade e da esperança, o respeito constante pelo interesse popular e pela expressão da sua vontade.
E, com tudo isto, fazer a revolução nos próprios alicerces da vida: a água, a casa, a saúde, a escola, a rua.
Este foi o processo de construção do Poder Local democrático. Fê-lo o povo.
E fizeram-no homens bons, revolucionários generosos e convictos como Severiano Falcão.