&quot;Severiano Falcão&quot;<br />Ruben de Carvalho no &quot;Diário de Notícias&quot;

As transformações sociais e políticas resultam do empenhamento colectivo na sua concretização, são tanto mais profundas quanto maior e mais vasto é esse empenhamento. Mas têm também protagonistas individuais.

Toda a transformação do nosso país após o derrubamento do fascismo assim se fez: o povo mais o trabalho de milhares de homens e mulheres que o souberam ligar ao pulsar transformador.

Este trabalho individual foi em muitas circunstâncias determinante: tratou-se de fazer o que não estava feito. Inventar a forma de o fazer - e fazê-lo.

Criar métodos de trabalho, desenhar orgânicas, conceber soluções institucionais, imaginar critérios de gestão.

Estudar situações, contrariar vícios, definir prioridades, repensar meios.

E, simultaneamente, manter no quotidiano a chama do empenho colectivo, o pulsar da vontade e da esperança, o respeito constante pelo interesse popular e pela expressão da sua vontade.

E, com tudo isto, fazer a revolução nos próprios alicerces da vida: a água, a casa, a saúde, a escola, a rua.

Este foi o processo de construção do Poder Local democrático. Fê-lo o povo.

E fizeram-no homens bons, revolucionários generosos e convictos como Severiano Falcão.

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