&quot;Pulp&quot;<br />Ruben de Carvalho no &quot;Diário de Notícias&quot;

Pacheco Pereira resolveu filosofar sobre o estruturalismo, Prado Coelho continua as visitas regulares à sua cinefilia francófona. Assim sendo, para variar também e considerando que o Baptista-Bastos acha que gosto muito de literatura policial, passemos discretamente pela pulp fiction.Estou zangado.

A Vampiro publicou de Frank Gruber Vinte mais Dois, exacta tradução do título original Twenty plus Two. É a terceira edição entre nós: uma em 1964 na Xis da Minerva e outra nos anos 80 no Clube do Crime da Europa-América.Vinte mais Dois, que também deu origem a um filmezito de culto, é uma bem contada história de um tema caracteristicamente norte-americano que Gruber e sobretudo Ross McDonald exploraram brilhantemente: o passado que persegue aqueles que para dele fugirem mudaram de vida na imensidão do espaço americano.

A questão é a tradução. Bizarramente, todas as edições têm traduções diferentes. Escorreitas, mas a primeira, de Joana Fradique, é simplesmente notável. Porque não a usaram?

É que o policial em Portugal beneficiou de nomes como Eduardo Saló ou Fernanda Pinto Rodrigues. Chandler e o seu Imenso Adeus também são assinados aqui por Mário Henriques Leiria.