&quot;O mistério&quot;<br />Ruben de Carvalho no &quot;Diário de Notícias&quot;

Há presentemente um mistério em Portugal.

No próximo fim-de-semana realizar-se-á, segundo parece, o congresso do maior partido do Governo e a que pertence o primeiro-ministro.

Seguramente, um frémito democrático percorre de alguns meses a esta parte as organizações e os militantes do PPD/PSD.

Um congresso envolve debate, mobilização de estruturas e vontades, análises, balanços.

Há que desencadear o vasto e complexo processo da eleição dos delegados que representam o pulsar verdadeiro do colectivo político, definem programas e elegem os dirigentes.

A uma semana, é de supor que estejam todos eleitos. Contudo, a nossa dinâmica comunicação social de todo ignorou esse seguramente riquíssimo processo.

Nem uma reunião, nem uma votação, nem um debate.

Já se sabe que, segundo as normas da casa, os delegados no PSD são eleitos primeiro e só posteriormente (a uma semana do Congresso...) é que aparecem as moções de estratégia.

A discussão política por todo o partido é assim, num incontido assomo democrático, impossível.

Enfim, este fim-de-semana lá trouxe algumas notícias. Parece que Valentim Loureiro não vai e que Santana Lopes está zangado.

Isto é que são congressos, isto é que é política!