&quot;O início&quot;<br />Ruben de Carvalho no &quot;Diário de Notícias&quot;

O envio da GNR para o Iraque e as circunstâncias que o rodearam, incluindo o grave incidente com jornalistas portugueses, proporciona já uma evidência: o início não é dignificante para o País e, em particular, para o Governo.

É por de mais evidente que tudo acabou numa sucessão de novos problemas para as tradicionalmente arrogantes forças britânicas e americanas, que, especialmente naquela zona e depois de Nassíria, não estarão seguramente no melhor estado de espírito para os encarar.

As sucessivas alterações com a deslocação dos militares portugueses e as confusões com os jornalistas que os acompanharam (a convite, recorde-se, da GNR e, evidentemente, com o acordo do Governo) indiciam, no mínimo, deficiente preparação. Se se achava tão importante assegurar vasta cobertura noticiosa da viagem e instalação do subagrupamento Alfa (aliás, porquê?), parece elementar exigir mais responsabilidade.

Acrescenta-se a nada lisonjeira trapalhada de precipitadas conferências de imprensa dos responsáveis portugueses, silenciadas por tão lógicas quanto humilhantes imposições de contenção vindas de Londres e Washington. Talvez seja conveniente quantos fizeram coro com Durão Barroso na exigência de silêncio às críticas reverem as suas afirmações.

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