A primeira coisa que apetece dizer é que não é sensato chamar «Apito Dourado» a uma operação policial inevitavelmente destinada a impacto público.
Nem o mais distraído dos agentes da autoridade ignorará o cunho ridículo que a associação das duas palavras lança sobre aquilo que designa.
E não é razoável fazer humor e trocadilhos com coisas que se pretendem sérias.
A segunda é que seria de esperar que a Justiça e a Comunicação Social tivessem aprendido com o real problema criado na sociedade portuguesa com o processo da Casa Pia.
Ao que tudo indica, não aprenderam.
Processos de detenção pouco claros, insinuações, inconfidências, especulações, julgamentos nas páginas dos jornais.
Foram precisas apenas algumas horas.
Em matéria de seriedade, também não serve.
A terceira é que não é aceitável a desconfiança porque, «afinal, são clubes da III Divisão».
Existindo grandes traficâncias, não é de esperar que a justiça ignore as traficâncias menores.
Além de estar para averiguar se as traficâncias são tão menores e se os traficantes são tão pequenos.
O que é de esperar, isso sim, é que tudo acabe com mais seriedade do que o nome com que começou.