&quot;Do túnel ao buraco&quot;<br />Ruben de Carvalho no &quot;Diário de Notícias&quot;<span class="titulo2"><span class="titulo2"><span class="titulo2">

Existe na Câmara de Lisboa uma interessante maqueta orográfica da cidade, isto é, uma reprodução tridimensional do relevo das decantadas sete colinas e respectivos vales.A sedução da peça reside no ser difícil visualizar a configuração de um terreno a partir apenas do levantamento cartográfico: muitas pessoas não realizam que as curvas de nível correspondentes à Calçada do Combro se aproximam muito mais que as relativas à Av. da Liberdade, assim demonstrando que o declive da primeira é bem mais acentuado que o da segunda.O lisboeta não tem, em geral, uma noção exacta do que se passa no traçado viário, no subsolo, nas alturas relativas da cidade. O túnel do Marquês é, aparentemente, bem longínquo do túnel do Rossio, entre ambos medeia o quilómetro e meio da Av. da Liberdade. Ideia falsa. O túnel do Rossio liga a estação (em rigor, quase um apeadeiro) do Largo D. João da Câmara à estação estruturante da linha de cintura em Campolide. Faz assim um ângulo agudo com a avenida. Tendo em conta os relevos e o traçado do túnel, a distância que num relevante ponto o separa do buraco do dr. Santana Lopes pouco excede cem metros, o equivalente mais ou menos aos dois quarteirões do Rossio entre as ruas Augusta e do Ouro. O risco de derrocada é, assim, real.O que vale é que o dr. Santana nem a sesta dorme. Senão ainda acordava espavorido com o estrondo.

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