&quot;De táxi, entre o Jardim Botânico e Pedrouços&quot;<br />António Abreu na &quot;Capital&quot;

1. O Jardim Botânico volta a ser notícia.

Agora porque os comunistas irão propor à CML que esta assuma a partir do próximo ano os encargos decorrentes do consumo de água necessário à sua manutenção, e que corresponde a parte assinalável do seu orçamento, com a contrapartida de livre acesso a visitas de estudo por parte de escolas que aspiram a contribuir para uma maior consciência e sensibilização ambientais dos seus alunos e o professores.

Também num período recente, a Câmara desenvolveu protocolos com outras entidades tuteladas pela administração central para suprir carências da atitude de sub-investimento financeiro e humano que tem cerceado a respectiva valorização.

Trata-se, agora, de dar mais um passo no apoio a um jardim que, apesar de ser um dos melhores do seu género a nível europeu, defronta graves problemas resultantes daquela atitude

Em protocolo de há quatro anos, a CML, com a contrapartida de mais tempo de abertura ao público e identificação e sinalização de exemplares botânicos lá existentes, garantiu à Fundação da Universidade de Lisboa, entidade que faz a gestão financeira dos apoio atribuídos ao Museu, Laboratório e Jardim Botânico da Universidade de Lisboa, um apoio financeiro anual e abrigos para controle de entradas, serviço de vendas e informação ao público.

2. O apoio da CML à instalação de aparelhos GPS em 250 táxis de Lisboa pela ANTRAL tem sido motivo de forte contestação nos termos em que foi feita.

Por um lado, a Federação Portuguesa do Taxi foi ignorada, quando tinha uma sua associada já com uma experiência-piloto relativa à instalação de 120 equipamentos.

Por outro, esta Federação invoca que era conhecida a existência de um grupo de trabalho no Ministério da Administração Interna com vista a regulamentar situações decorrentes da instalação deste sistema.

E, também, segundo a FPT, o apoio da CML de 210 mil euros é para atribuir a uma associação, que instalará equipamento que controlará, e não directamente aos profissionais, com a consequente selecção por ela daqueles que serão contemplados.

Ainda a mesma Federação reflecte insatisfações por a CML ter manifestado, mais uma vez apenas à ANTRAL, a intenção de cederem edifício para funcionar um centro de dia e lar para motoristas de táxis e de um outro terreno para uma central de compras do sector.

Mas também há queixas de empresas fornecedoras deste de equipamentos GPS que argumentam não ter havido concurso público.

Em sessão privada da Câmara, o seu presidente, em resposta aos vereadores do PCP, admitiu que todas as associações do sector seriam contempladas. Mas importava um esclarecimento publico sobre esta matéria.

3. Outra matéria que deve merecer um outro esclarecimento pelos impactos urbanísticos para a cidade e impactos sociais que terá para pescadores e armadores, é a questão da Docapesca. Como um jornal diário titulava há dias parece haver um “pacto de silêncio” a envolver a “cosmética em Pedrouços”. Aguarda-se que o governo amanhã, através do Secretário de Estado das Pescas – e não de José Luís Arnaut, como o PCP tinha proposto – seja suficientemente esclarecedor na Comissão Parlamentar de Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas.

De facto poderá estar em causa um projecto imobiliário de envergadura, apetecível para interesses privados mas totalmente inaceitável para a cidade.

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