&quot;De buraco em buraco até à cratera final&quot;<br />António Abreu na &quot;Capital&quot;<span class="titulo1">

Face ao êxito do “SOS-buracos” que o PCP propôs à cidade para que a sua Câmara interrompesse o “dolce fare niente”, que as reestruturações, os saneamentos de pessoas e o recrutamento de amigos de fora, veio a resposta para mostrar trabalho. Na forma de várias reparações das situações, que entregamos a pedido dos municipes, mas também declarações e de anúncios pagos, com insinuações .

Pegaram em parte do investimento feito na reparação da via pública, apenas por uma das várias unidades orgânicas que disso tratava, omitiram que o “pico” em 2002, apenas dessa, resultou tão só da execução de empreitadas decididas pelo executivo anterior, nem se dando sequer ao trabalho de explicar o que é feito da única empreitada por eles lançada.

Procurando desfazer a imagem pouco abonatória de uma anterior avaliação contratada e que conduziu a tão significativos resultados no caso da permuta com a Petrogal, pensam fazer intervir noutro tipo de avaliação o Conselho Superior de Obras Públicas a quem solicitaram avaliação urgente das repavimentações e reparações da via pública nos últimos 4 anos (materiais e prazos de execução, e parecer técnico-financeiro sobre as obras realizadas inclusivamente, pensamos nós, por aqueles que na CML passaram a ter essa responsabilidade no decurso de 2002).

Salvo melhor opinião não parece ser aquele organismo quem deva pronunciar-se sobre estas matérias, cabendo à Câmara, no quadro dos seus direitos de dona de obra verificar, por fiscalização, a realização desses objectivos. Confiamos nas informações que nos forem fornecidas pela análise feita pelos quadros e dirigentes da CML. Depois disso, quem entender que sacuda a água do capote e nos surpreenda com a sua capacidade de imaginação, quiçá, distribuindo culpas também pela anterior maioria mas também pelo gonçalvismo, por aguadeiros e amola-tesouras, muçulmanos e romanos, para além dos buraquinhos abertos por crianças para jogar ao bilas.

Sim ,que isto dos buracos tem que ser investigado... A poeira com que cobriam os remendos não seria antrax?

Não fica assim ,não. E tem que se ir mais longe. Aqueles comunas agora até foram para o Largo de Camões com alguns tipos da Igreja. Já lhes telefonou aquele amigo do Barroso, de Washington ,com uma observação inteligente “Eles quando gritam Hossana!, não estão a falar da entrada de Jesus em Jerusalém ... O que eles gritam é Ossama! Aquele Bin que tem também outro nome de carro russo...Mas o que eles não sabem é que ele é cá dos nossos. E o tipo de branco lá do Vaticano que não pense que se encontra com o Tarek e pronto...Ele que se cuide! O amigo americano até acha muito bem que o Peter faça auditorias e que mande uns observadores. Sim, que isto de buracos tem muito que se lhe diga...A não ser que sejam de petróleo.

Talvez não por acaso esta questão foi suscitada pela actual maioria quando o PCP procedia a um debate público sobre transportes, trânsito, estacionamento e acessibilidades .

Aí se conclui que com a actual maioria praticamente nada se fez para deter o permanente desgaste. Projectos megalómanos e irresponsáveis têm sido sustentados, como o Túnel do Marquês, o enterramento de tráfego daí até à Alameda das Linhas de Torres, a supressão por fases da linha de Cascais até Algés, o apoio incondicional à reposição das portagens na CREL. Excepção feita à operação do Bairro Alto, que teve os seus aspectos positivos, o estacionamento está caótico, a desmotivação grassa na EMEL com a nova administração ( o novo “one man-show”), apesar de reforço financeiro por parte da CML, com a não substituição e aumento do número de fiscais , o atrasar de pagamentos a fornecedores .

Uma coisa se fez,para além do esperado saneamento de pessoas: alargou-se o número de lugares cativos de estacionamento para os dirigentes da empresa.

De quatro (no mandato anterior trabalhava nas instalações um vereador) passaram para dez. Sim, porque os bons carros dos amigos têm as suas necessidades .... Perdeu-se a combatividade face à DGV que reduz o alcance da intervenção da empresa. Os bloqueadores são escassos.

Nada fez a CML para evitar a governamentalização da Autoridade Metropolitana de Transportes. Mas, mesmo fora do quadro desta, onde obviamente se devem tratas destas questões, lá vai insistindo na municipalização da Carris e do Metro para transformar a CML em plataforma privatizadora dessas empresas.

Durante doze anos uma coligação de esquerda resolveu e cooperou na ultrapassagem de grandes bloqueamentos da cidade.

Um deles foi o problema das acessibilidades.

A construção da CRIL e da CREL, do Eixo Norte-Sul, da Ponte Vasco da Gama, a ampliação da rede de Metro. Construiram-se sete túneis rodoviários e desnivelamentos nos pontos nevrálgicos para o trânsito da cidade, substituiu-se integralmente muitos tapetes viários, assegurou-se empreitadas sempre abertas em várias unidades orgânicas para reparações de dimensões diversas e estabeleceram-se protocolos com as Juntas de Freguesia para intervenções de menor dimensão. Foram construídos vários parques de estacionamento, com milhares de lugares, e deixados processos abertos para uma série razoável de silos. Muito tráfego foi afastado de dentro da cidade e canalizado para outros destinos. Criou-se a EMEL que, como boa solução, defrontou dificuldades que deveriam ter sido encaradas com persistência.

A lógica radial foi completada pelas circulares canalizadoras e distribuidoras. Valorizou-se mais o transporte público em geral (contrariando tendências inversas) e o pesado, em particular, e procuraram-se alternativas ao estacionamento e atravessamento da cidade por transportes rodoviários pesados.

Importaria que, a seguir, se completasse a construção de parques dissuasores, se viabilizassem os parques de residentes ,se completassem obras prioritárias como o Eixo Norte-Sul, a radial da Pontinha e de Benfica e a CRIL e se estendesse mais a linha de Metro. Se valorizasse mais o caminho de ferro urbano e a cobertura dos bairros pela Carris.

Importaria que se instalassem novas plataformas multimodais, se desincentivasse o uso de transportes particulares nos movimentos pendulares diários, com diferentes tarifas mas com garantias de estacionamento para residentes e actividades económicas, no quadro de uma disciplina de horários, fiscalização única e com eficácia de multas, se incentivasse o uso de passes sociais (que nas versões intermodais vissem alargadas as suas coroas ) e da frotas de táxis junto de empresas e instituições públicas, se criassem mais faixas “bus”. Importaria que se garantisse a manutenção dos pisos, se desse prioridade ao peão e se alargasse a mobilidade dos que a têm reduzida. Ou se promovesse a utilização de combustíveis menos poluentes, começando por dar o exemplo com a frota da CML.

Querem estudos e pareceres sobre o que foi feito? Façam-nos e aproveitem para fazer mais alguma coisa, além de tirar coelhos da cartola!

Esta agora do Dr. Santana Lopes, face à sua própria inoperância, querer eleições antecipadas porque o não deixam trabalhar, já não é coelho, é lebre. Mas ele que corra atrás dela. Nós temos mais que fazer.

  • Poder Local e Regiões Autónomas
  • Central