Com ar despachado, o novo ministro socialista das Obras Públicas anunciou a construção do aeroporto da Ota. Para além das recorrentes discussões sobre o Estado e as grandes obras, os investimentos centrais e os mimosos interesses privados, há algumas ideias que serão de reter
1.ª - A proximidade em Lisboa do aeroporto da Portela constitui uma mais-valia de incontornável relevância económica;
2.ª - É indiscutível que um segundo aeroporto se torna indispensável, nomeadamente da perspectiva dos voos charter e de escala (pese ser nada credível que possa funcionar como alternativa de distribuição europeia);
3.ª - Daqui se conclui que a construção de um novo aeroporto não pode - no interesse nacional e de Lisboa - constituir uma subestimação da importância da Portela;
4.ª - Muito particularmente, não apenas a Portela não tem todas as suas potencialidades exploradas e problemas resolvidos como, sobretudo, requer medidas que sustentem as actuais e permitam a implementação das outras possíveis;
5.ª - Destaca-se aqui o problema das acessibilidades. A fortíssima mais-valia da centralidade urbana da Portela (em termos nomeadamente de turismo short break e de negócios) resulta fortemente prejudicada se as suas acessibilidades não assegurarem as vantagens dessa centralidade. Estar uma hora engarrafado na Segunda Circular coloca a Portela na Ota...
6.ª - Como muito bem diz o ministro, a Ota não será a solução ideal. Não precisava dizer, sabe-se que em questões desta dimensão elas raramente existem. Mas o ministro acrescenta que a coisa está insuficientemente estudada. Em questões desta dimensão, isso é inadmissível.