&quot;Crítica&quot;<br />Ruben de Carvalho no &quot;Diário de Notícias&quot;

A minha última crónica mereceu ao director do DN uma nota editorial, na qual escreve que exerci o direito de crítica sobre o trabalho de António Ribeiro Ferreira em Bagdad e que o faço «porque encontro, neste jornal, um espaço de liberdade e pluralismo». Tudo é rigorosamente verdade. Critiquei com dureza, integralmente e mantenho. Sendo que o pude fazer por, como ao longo de seis anos, ter aqui encontrado o espaço de liberdade e pluralismo que Mário Bettencourt Resendes sublinha. Nem outra coisa seria de supor, seguramente por ele, seguramente por mim. Entretanto, o director do DN acrescenta que essa liberdade e esse pluralismo são algo «de que o [meu] partido, o PCP, não pode orgulhar-se...». Gostaria de declarar com toda a tranquilidade que os meus escritos, as minhas falas ou os meus silêncios são, ao longo de todos os anos que têm, da minha exclusiva responsabilidade e do, sem dúvida questionável, julgamento que fiz em cada altura. O meu partido, o PCP, nunca me obrigou a dizer fosse o que fosse, tal como jamais me impediu de afirmar fosse o que fosse. Nem outra coisa seria de supor, quer por mim, quer sobretudo por ele. Permitir-se-me-á recordar que o meu partido, o PCP, teve e tem um papel inquestionável na construção do nosso pluralismo e da nossa liberdade.