Há três, quatro anos, sustentando aliás uma clara ofensiva nesse campo dos partidos da direita então na oposição, a comunicação social, e particularmente as televisões, dedicaram doentia atenção à violência e criminalidade.
Contudo, a maioria dos casos correspondia ao que a terminologia da justiça caracteriza como pequena delinquência, quase sempre associada à toxicodependência.
Para quem é vítima de uma violência esta nunca é pequena, mas a experiência das sociedades ensina como a exacta avaliação dos problemas é essencial para a sua solução.
Ora sucede que, num crescendo evidente, no curto espaço de três ou quatro dias, se verificaram, em locais tão diferentes como Faro e Barcelos, acções criminosas a revelarem cuidada organização e o recurso treinado a armamento sofisticado.
Em Barcelos, os assaltantes, de armas em punho, isolaram uma rua durante meia hora, enquanto roubavam um pesado cofre, ferindo gravemente a tiro um inquilino que apenas assomou à janela.
Em Faro, roubaram de um stand, arrombado com estrondo, dois automóveis de alta cilindrada.
Isto não são roubos de esticão de um desesperado heroinómano.
Não será estranha a discrição noticiosa e o silêncio oficial?