As dificuldades orçamentais do Estado são seguramente o assunto mais vezes ventilado pelo PSD e seus tenores nos últimos anos. Em seu nome se têm pedido sacrifícios inúmeros aos portugueses, sem que entretanto se vejam resultados mais consistentes do que palavras.
Entretanto, pelo contrário, não há dia em que não apareça uma notícia que há pouco tempo nos pareceria do domínio do impossível.
Concebe-se que, em Novembro de 2004, no tempo da tão decantada «sociedade da informação» e da «agilização da burocracia» um serviço oficial com a dimensão do Instituto de Conservação da Natureza fique com os telefones cortados pela prosaica razão de que deve um milhão de euros?!
A questão é que não há uma questão, mas várias. Como é que, hoje em dia, um serviço inteiro pode trabalhar sem telefones, faxes, Internet? Como é possível deixar uma dívida chegar a este montante? Como é possível que não se tomem medidas de emergência face ao corte? Como é o relacionamento do Estado com o concessionário de um serviço estratégico de comunicações que não lhe permite obviar a situação?
Entretanto, sabe-se que as obras no vale de Alcântara - para impedir o inteiramente admitido colapso que resulta em derrocadas como a que engoliu há meses um autocarro da Carris - não avançam porque não há dinheiro.
Afinal, onde é que está o dinheiro? Indispensável uma central de informação que esclareça esta inquietante dúvida...