Há muito que alertamos para a problemática das alterações ao uso do solo induzidas por diversas políticas sectoriais e, bem assim, para as suas consequências no plano social e ambiental, seja na Europa, seja noutros continentes, e em especial nos países em desenvolvimento.
No domínio das opções de política energética, onde se inclui a questão dos biocombustíveis, o debate tende com frequência a fugir a um ponto fulcral: a insustentabilidade dos fluxos e dos consumos energéticos associados ao sistema económico vigente largamente dominante à escala mundial.
A questão energética com que a Humanidade hoje se confronta é, sem dúvida, uma questão difícil e complexa, que desaconselha por isso os voluntarismos mercantis e propagandísticos que tendem a enformar as opções políticas, neste como noutros campos.
A diversificação de fontes, a aposta nas renováveis e na I&D, fazem seguramente parte do caminho a percorrer. Mas não são solução mirífica para os problemas ambientais, se não formos ao âmago do problema, se mantivermos um sistema económico irracional e a demanda energética que lhe está associada.